30/01/2010

Existe um certo sentido em tudo que não tem sentido. Estava lendo o blog de uma amiga, e ela dizia que tem medo de envelhecer. Eu tenho medo de envelhecer? Antes de ontem vi em meus olhos minha primeira ruga, e tinha uma moça de 63 anos ao meu lado que me disse, "é bonito querida, é bonito o momento em que você realiza que está chegando a hora". Lembro de ver meu corpo mudar radicalmente aos 18 anos. Eu não era mais magrela. Eu era uma mulher de curvas. Agora meu corpo se transforma tanto que nem ligo, mas o rosto... essa foi a primeira vez. Acho bonito o fato de o tempo deixar marcas. Lembra como foi trágica a vida de Dorian Gray? Prefiro que a marca fique em mim. E quando eu era mais jovem, sem marcas, eu exagerava tudo. Acho que agora a tendência é oposta: vou querer ver tudo com mais realidade, omitir certas coisas. Ainda tenho certas vontades na vida: ter uma editora, aprender a tocar, falar alemão, esquiar na neve 1x por ano, me casar, um golden retriever, um filho, fazer um cruzeiro, conhecer Copenhagen, morar 2 anos na Europa, estudar em Oxford ou Cambridge, publicar meus livros, publicar literatura infantil, comprar os direitos de publicaçao de um grande best-seller, escrever um romance juvenil, ler tudo o que tenho vontade, ter um escritório maravilhoso, ler a Ilíada e a Odisséia, A Montanha Mágica, Ulysses, algum Dostoyevsky, estudar mais filosofia, entrar numa exposiçao de livro de artista, participar de uma prova de triathlon.

Um comentário:

  1. Que bom ter tantas coisas boa prá fazer. Se puder, inverta a ordem, comece por Dostoyevsky, pode ter certeza que não se arrependerá.
    Abraços, Lau Baptista

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