Num lugar quente e distante, onde havia praia e lua, duas irmãs dividiam uma vila com quarenta outros moradores. Elas eram gêmeas e notava-se logo o biótipo de feiticeiras. Uma chamava-se Ellengaard e a outra, Elmflish.
A provedora materna das meninas era uma figura baixa, alguém de pouca estima espiritual. O progenitor, por outro lado, era um homem riquíssimo de valores e dotado de gênio impecavelmente rígido e regrado.
As meninas cresceram na vila e aos quatorze anos, começaram a se namorar escondido. Saíam juntas pela praia em noites de lua e experimentavam os corpos uma da outra das mais variadas formas.
Quando completaram dezesseis anos, Elmflish sentiu certo distanciamento da parte de sua irmã e descobriu que Ellengaard havia se apaixonado.
Testemunhou isso quando a encontrou deitada num tapete natural de pequenas margaridas brancas dizendo que estava grávida do Sol e que precisaria se isolar por alguns dias até dar à luz.
Elmflish ficou irada, seu sangue subiu-lhe à cabeça; sentiu-se rejeitada, enciumada e a inveja lhe corroeu todo o cérebro. Foi correndo para a praia e gritou à Lua:
- Você tem que me engravidar agora!!!!!!!!!!!!
Elas tentaram, mas o plano não foi fecundo porque a Lua é uma mulher. Elmflish chorou de raiva, buscou dentro de si seus instintos malignos e quando se sentiu forte, decidiu matar a irmã. Procurou um galho afiado como estaca e o carregou até o jardim onde o Sol teria o filho.
Para a surpresa e decepção de Elmflish, Ellengaard estava vestida de branco já a cinco metros de altura do chão, deitada numa cama invisível, com pernas e braços abertos, brilhando, sorrindo e subindo para o Sol.
Ellengaard nunca mais retornou, mas sabe-se que ela viveu um casamento feliz. Elmflish, por outro lado, dedicou sua vida à maléfica feitiçaria e tornou-se escrava da Ira, do Boicote e da Inveja.
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