03/08/2010

O Velho Mago



Numa estrada toda ladrilhada, um velho mago andava desapropriando sua mente. Estava tão cansado e fatigado, que suas antigas poções não tinham mais importância nenhuma. Havia nele uma estranha sede que há anos o acompanhava e esta nunca passava. Era essa a chave de sua cura. Havia de procurar uma fonte de água que fosse a correta no encaixamento perfeito de sua boca, para, consequentemente lhe curar a tão incômoda sede.

Certo dia, naquela mesma estrada, viu um riacho pobre, a água era verde de plâncton, não atraía nem aos bichinhos que ali moravam. O velho mago estava chateado, mas desconfiou daquela aparência de riacho e foi dali beber.

Ao primeiro gole ficou deslumbrado, a água acalmou seu espírito, aliviou sua dor, afagou seu cansaço. Resolveu permanecer à beira da fonte por alguns dias.

A sede passou, a dor passou, mas ele, ainda triste, não conseguia se entender. Foi aí que uma mulher surgiu, vestida com uma túnica branca e dourada. Os cabelos negros quase lhe escondiam a face. Era uma deusa que aquele velho mago adorava.

Para ele foi estranho, mas a moça, ao lhe oferecer suas mãos, o levou para a outra margem da fonte. O mago compreendeu que finalmente sua morte havia chegado.

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