20/04/2010

quem nao tem colírio

e hoje as luzes estao apagadas porque o sol brilha. é manhã. é frágil manhã. Desconcerta em mim toda a bravura que sentia, nao sinto mais. desconcerta em mim todo o medo de morrer, nao temo mais. mas sinto cansaço de nao poder voar, descer a montanha de neve, cade os meus esquis? hoje sinto o nervoso, a maré turbilhonada. nao sinto nada. sinto. subo e desço. como enxergar se já nao durmo mais? como enfrentar a vida? vida nao é de se enfrentar... nao choro mais. vivo soterrada pelas horas do relogio. e nos intervalos a padaria, o cigarro, o ócio, a leitura. mas há tanto mais, tanto mais que nem digo porque vem quando o corpo dá sinais. pode agora, pequena, vai agora. e ando, pra lá, pra cá. amanha vou andar de long no parque. testar a juventude. agora as águas se acalmam. o torvelinho descansa. muda o ritmo, dai-me paz.

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