20/06/2010

14/06/2010

ARE WE ALL CONSUMER GOODS AFTER ALL?

desesperei-me ao relatar a mim mesma o que penso estar acontecendo hoje em dia comigo e ao meu redor: a fugacidade dos encontros. cheguei a pensar até que as pessoas tornaram-se bens de consumo. sai-se com uma pessoa como se toma um picolé, satisfaz-se, acabou. e mais: sonhar, apaixonar-se, pode se tornar algo muito perigoso e prejudicial, tanto que talvez os pais ensinem aos seus filhos a nao fazerem isso.
por que? porque está em extinçao. porque as pessoas ficam melhores solteiras, namorando varios, cada vez que sai. é um ótimo estímulo ao narcisismo e ao egoísmo. é realmente um exercício de individualismo. dou aqui meu tom de horror, é claro, eu vivo nesse momento de transiçao, entre o sonho de casar e a nova realidade do "amor líquido".
Mas, pense bem, esta pode mesmo ser uma tendencia real. Avalie a realidade, tem acontecido assim. Acreditar no amor machuca e ninguem mais acredita e se vc acreditar vai ser um lunatico acreditando sozinho. as pessoas estao muito mais preocupadas em se olhar no espelho, checar os recadinhos do facebook, olhar a conta bancaria. sao relaçoes socias, nao sao mais relaçoes dialogicas.
nao existe mais o dois. ninguem tem força e paciencia pra aguentar o outro. o homem nao é mais forte do que a mulher e a mulher nao cuida mais do homem.
Nao posso dizer que quero que volte ao que era no passado, eu gosto da evoluçao humana e acho que nao evoluimos por acaso, acho mesmo até que algum bem virá disso, mas é inevitavel fazer a comparaçao do homem tambem com um consumer good. até as marcas ja sao bens de consumo, os conceitos sao bens de consumo, os programas, a cultura, por que nao o ser humano?

13/06/2010

dia de santo antonio

aproveitando pra lembrar o dia do santo casamenteiro!

visionaire

ontem fui ao instituto tomie ohtake ver a exposiçao da visionaire, revista de grande prestigio desde o incio dos anos 90. achei muito interessante como eles chegaram a publicaçao customizada com o tempo. parece ter sido algo sem querer. parece que tudo começou com os temas, pois é uma revista tematica desde os seus primordios, e de um tema, foram chegando a uma marca, que nao deixa de ser um tema, e assim conseguiram chegar ao luxo. fiquei impressionada com um numero feito especialmente para a lacoste: demais. dentro da caixa da revista há paginas com polos lacoste exclusivas visionaire. impressionante. e tem fiat, tiffany, e muito mais. valeu a pena ver. valeu a pena ver o encontro de fanzine, magazine, publicaçao customizada, moda e fotografia. é muito bem amarrada e justa. um pouco over talvez, e saturada, porque fizeram muitas copias dela, eu imagino, mas é o processo evolutivo no mercado, foi isso que valeu a pena ver. o funil. que chega às marcas, que chega a uma identidade mercadologica - a propaganda.

single day

num momento de encanto, onde as luzes acendem e trazem o mar, o frio, o dia novo, o céu azul. foi dia dos namorados, o tao temido, o tao horripilante e grandioso dia: e para mim ele foi assim, just a single day. fui dançar, numa balada jubilante - só para solteiros! e o que encontrei lá? pessoas despreocupadas com o dia. eu nao me esqueci, nem por um segundo que era dia dos namorados, mas conversei com muita gente e ninguem nem sequer mencionou esse fato. achei curioso. achei até um pouco constrangedor. eles nao se importam? nao, acho que nao. nao se importam porque podem namorar por uma noite apenas. podem curtir uma musica, encontrar um olhar amigo e se beijar. beijar apenas, me pareceu que as pessoas iam embora sozinhas mesmo, deixando o parceiro lá, ou seja, nem o prolongamento sexual, apenas o beijo, neverland, a juventude intocada. o coraçao seguro. a vida solteira imanente e imaculada. gostei. se o mundo agora é assim, que seja de uma forma consciente e segura. sera que algum desses encontros se transformara num dia seguinte? provavelmente nao, mas nunca se sabe. o importante é que ali me senti bem. ali me senti na proteçao da minha solteirice, nada me fez ter o sentimento de que someone was rocking my boat.