12/01/2011

e o céu transfigura-se em devaneio intenso. e a escrita salva o que o sonho derrama. a loucura se apodera do que não é gasto, então é preciso queimar o fogo fátuo das latências psíquicas, catá-las todas do chão, como se cata conchas para colocá-las ao bolso e devolvê-las ao mar mais adiante. O simples prazer de possuir, por uns metros apenas, as jóias do mar, e senti-las na pele, na roupa, no sóbrio desejo. escrevê-las para que se não percam, não sumam na paisagem espelhada, na cabeça torpe, nas garras do delírio. Apossar-se dos devaneios e construir castelos para eles morarem em recônditos organizados. Destruir toda fábula de ardil desgosto. Tirar da boca o gosto de metal e banhar-se em águas fundas e límpidas. Retomar a fala e a urdidura. Emplacar-se em sonho bom. E traduzir banhos indeléveis em banhos constantes.

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