20/08/2010

nuvem branca




Era uma vez uma aldeia muito antiga, toda ladeada por neve. Era uma vez uma jovem mulher e o seu amor, Nuvem Branca, um homem que levava o nome de uma raça.


A mulher era branca como noiva, Nuvem Branca era vermelho como sangue. Eles namoravam há dois anos e um dia fugiram da aldeia para casarem-se além das montanhas. Lá construíram abrigo, conseguiram fogo e alimentos.


Nuvem Branca queria ter um filho, mas percebia que sua esposa, timidamente, se escusava da proposta. Ele não compreendia o gesto, mas confiava em seu amor.


A jovem sabia que em um mês morreria e não daria tempo do filho chegar. Essa consciência se devia ao fato de ela comunicar-se diretamente com Grande Espírito, o deus do povo Nuvem Branca. Fora ele quem lhe dera esta informação: ela morreria para cobrir uma oferta de outros deuses.


Nuvem Branca se distraía trazendo animais para casa a fim de domesticá-los, pois sentia que filho não teria. Apesar das adversidades, o casal vivia feliz e apaixonado, eles eram almas irmãs e complementares.


Quando um mês se passou, a mulher estava preparada para deixar o mundo. Sentou-se no centro da tepee, que era a sua casa, e olhou fundamente para o fogo aceso.


Foi por intermédio desse fogo central que Grande Espírito desceu à Terra e pediu à jovem, que de mãos atadas, partissem para o Mundo Além.


Nuvem Branca já há algum tempo estava desconfiado da aliança de Grande Espírito com sua esposa e por isso se escondeu e assistiu àquele encontro.


Silenciosa e discretamente, colocou as mãos no fogo, no momento exato do encontro e, assim, junto com eles morreu para o Além. Lá, se tornou ajudante de Grande Espírito por seu mérito na habilidade de amar sem limitações.


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