26/08/2010

A Menina que Falava Amor


Era uma vez uma menina muito bonita que vivia nos campos da aurora. Seu nome era Minhola. Era filha de um rei e de uma rainha muito queridos naquelas terras.


Minhola gostava de brincar com os bichinhos pequenos que via no chão e também de se enrolar num pano mágico que ganhara do seu cão.


Minhola não tinha irmãos, parecia sozinha, mas não era. Tinha uma infinidade de amigos do outro mundo. Era amiga das pedras, das flores, dos bichinhos do chão. Além disso, falava com elfos e fadas invisíveis.


Um dia Minhola foi brincar com seu cachorro na floresta e encontrou um velho sábio recostado numa pedra. Olhou para ele assustada, parecia que via uma aparição. Aí a confusão veio.


Ela não sabia discernir de qual mundo aquele ancião provinha. Ele não tinha as particularidades dos índios, nem dos elfos e nem dos amigos invisíveis. Ela ficou olhando e cabisbaixa prosseguiu a caminhada. Seu cão, por outro lado, abanava a cauda e sentia-se contente com a presença do velho.


Minhola pensou que aquele podia ser a morte, mas depois de verificar que em seus olhos brilhava um lindo arco-íris, desistiu dessa opinião.


Olhava para trás, mas o velho não se movimentava. Ela resolveu voltar para lhe perguntar:


- Olá, senhor. Posso saber quem é você e o que faz aqui na floresta dos campos?


- Eu sou o campineiro, ele disse. Eu vivo aqui há vinte mil anos e sei quem você é, Minhola.


O cão de Minhola agora lambia as pernas do senhor. Minhola estava deslumbrada.


- Como uma pessoa pode viver por vinte mil anos num mesmo lugar? Perguntou.


- Minhola, eu sou quase como os seus amigos invisíveis, porém tenho uma diferença. Eu sou rei e não governo, sou pai e não tenho filhos, sou marido e não tenho mulher.


- Você é minha imaginação? Minhola perguntou.


- Não, eu sou o Amor, respondeu o ancião.


Minhola se cobriu no pano mágico porque achou necessário viajar no plano astral e descobrir quem realmente era aquele santo.


No momento em que se enrolou, o cão da sorte se juntou a ela e foram os dois, túnel abaixo, peregrinar pelas ondas do céu.


Primeiro chegaram num deserto pré-histórico onde sabres, escorpiões e aves dançavam uma fervorosa música de harpa. Depois, sem fazer esforços, caíram numa pedra que falava.


Sim, lá estava o velho com olhos de arco-íris. E não havia só ele, havia milhares deles, todos com os olhos faiscando belas cores.


Era hora de Minhola descobrir o que queria. Sentou-se como se aquele lugar fosse a sua casa e começou a desenhar no chão. Seu cão foi passear.


Um dos senhores veio ao seu lado e disse:


- Percebe quem sou eu?


- Sim, Minhola respondeu. Você é o Amor.


Todos os senhores então vieram e cantaram a ela uma canção assim:


“Senhora das nuvens, ventania das montanhas, os teus sonhos te carregam e nós te presenteamos. Você é escolhida para nos nossos braços ficar. Senhora das nuvens, nós estamos prontos para embarcar. Abra o seu coração que nós vamos entrar.”


Minhola contente recebeu o que antes não sabia o nome, e com Amor viveu sem chorar as faltas da vida. Minhola percebeu que o Amor vencia e desde esse dia amou a vida com mais alegria.


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