23/01/2011
Estranhos percalços de noites infindas, quando a lua cresce, diminui e desaparece.
Enquanto leio palavras que se perdem em memória, meu estado soturno pouco se sustenta, ao trocar dia por noite, enfrento o sono, a ressaca, a vontade de beber um mundo de águas azuis, purificar minha alma numa bebida quente, dentro de uma planície estreita, de estrelas, um mundo viajador...
15/01/2011
12/01/2011
e o céu transfigura-se em devaneio intenso. e a escrita salva o que o sonho derrama. a loucura se apodera do que não é gasto, então é preciso queimar o fogo fátuo das latências psíquicas, catá-las todas do chão, como se cata conchas para colocá-las ao bolso e devolvê-las ao mar mais adiante. O simples prazer de possuir, por uns metros apenas, as jóias do mar, e senti-las na pele, na roupa, no sóbrio desejo. escrevê-las para que se não percam, não sumam na paisagem espelhada, na cabeça torpe, nas garras do delírio. Apossar-se dos devaneios e construir castelos para eles morarem em recônditos organizados. Destruir toda fábula de ardil desgosto. Tirar da boca o gosto de metal e banhar-se em águas fundas e límpidas. Retomar a fala e a urdidura. Emplacar-se em sonho bom. E traduzir banhos indeléveis em banhos constantes.
11/01/2011
difícil a mudança dos polos. difícil o branco e o preto. a alma atenua as facetas antigas, como me afastar do egoísmo? e a vida, que se abre continuamente, se fecha quando queremos atracar. Não, é preciso sempre navegar, avante! e as ondas volteiam ao redor. é maremoto, é ventania. é desejo de morte ou ardência da vida. não acaba mais. Um dia acaba. Mas agora não. E mesmo moribundos, continuamos, estreitos e finos, decorrendo da velocidade insana. O vento em popa, o marinheiro sem astrolábio. O céu cansado, as velas ao vento.
08/01/2011
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