31/01/2010

Tem uma música do The Who que fala, "sometimes I feel a little lonely"... Acho que estou me sentindo assim, apesar de não ter razão para tal. But, sometimes I do feel a little lonely.

30/01/2010

Existe um certo sentido em tudo que não tem sentido. Estava lendo o blog de uma amiga, e ela dizia que tem medo de envelhecer. Eu tenho medo de envelhecer? Antes de ontem vi em meus olhos minha primeira ruga, e tinha uma moça de 63 anos ao meu lado que me disse, "é bonito querida, é bonito o momento em que você realiza que está chegando a hora". Lembro de ver meu corpo mudar radicalmente aos 18 anos. Eu não era mais magrela. Eu era uma mulher de curvas. Agora meu corpo se transforma tanto que nem ligo, mas o rosto... essa foi a primeira vez. Acho bonito o fato de o tempo deixar marcas. Lembra como foi trágica a vida de Dorian Gray? Prefiro que a marca fique em mim. E quando eu era mais jovem, sem marcas, eu exagerava tudo. Acho que agora a tendência é oposta: vou querer ver tudo com mais realidade, omitir certas coisas. Ainda tenho certas vontades na vida: ter uma editora, aprender a tocar, falar alemão, esquiar na neve 1x por ano, me casar, um golden retriever, um filho, fazer um cruzeiro, conhecer Copenhagen, morar 2 anos na Europa, estudar em Oxford ou Cambridge, publicar meus livros, publicar literatura infantil, comprar os direitos de publicaçao de um grande best-seller, escrever um romance juvenil, ler tudo o que tenho vontade, ter um escritório maravilhoso, ler a Ilíada e a Odisséia, A Montanha Mágica, Ulysses, algum Dostoyevsky, estudar mais filosofia, entrar numa exposiçao de livro de artista, participar de uma prova de triathlon.

29/01/2010

I believe I'll have to change my blog's language sometimes, I'm sorry to those who can't read it. Even though I believe you all can. I'm here just to say that. I also would like to have posted a cranberries video here, but i'm afraid I'm still not able to. Still learning how to manage this thing. Well, that's it for now.

Perdi o show do Cranberries, aaaaaa

Caramba, caramba, caramba. Chuva sem parar em São Paulo, trânsito super, e eu fico sabendo do show 3 horas antes!!!!!!
Há alguns dias coloquei o meu blog em alemão e agora não consigo mexer em quase nada! Estou com uma preguiça incrível de trabalhar amanhã, e, pra falar a verdade ainda não me acostumei a me colocar numa página aberta. Sinto preguiça do mundo e da vida. Sinto um medo danado. Uma insegurança extrema, ainda mais porque estou sem casa. Hoje foi um dia mais ou menos. Difícil sentir a vida 100% nas mãos. O amor, ai assunto difícil. E profissão, e tudo... eta vida besta! Tava só pensando em dormir, mas aí, ao dormir, tive um pesadelo, daqueles, avassaladores. Tive um sonho existencialista, sombrio: sonhei que eu andava de bicicleta e descobri que era eu que fazia o meu próprio chão. E então me deixei, soltei minha mente e rodopiei tanto que voei, mas acordei e não consegui me mexer, oh, tenebroso! E ainda teve uma morte e os culpados dela se escondiam da culpa, mas cintilava em seus rostos uma luz verde que os denunciava. Era terrível. E foi assim que acordei, e para sarar angústia, fui comprar sapatos. Tão típico do mundo capitalista, meu deus! Quando criança, eu mamava, adolescente, comia chocolates e adulta, compro sapatos. Parece que na vida a história sempre se repete. E o aprendizado? Minha amiga diz que Freud diz: agir, repetir, elaborar. Ou algo assim. Acho que tá na hora de elaborar. Fora o medo que estou de ir viajar. Medo de gastar demais, medo de sair da estabilidade, medo, medo, medo. Será que o controle é mesmo ilusório? Parece que tudo fica tão mais fácil quando se tem a impressão de... segurança.

27/01/2010

Das lembranças mais antigas

A nossa cabeça guarda éons de existência primitiva. Talvez as memórias fiquem arquivadas em todas as células, talvez nas células de Gaia. E me parece que o tecido da existência vai sendo construído assim. Uma vida vivida e arquivada nas demais. E então, assim acreditavam alguns nativos de tribos primitivas, tornamo-nos constelações inteiras, estrelas, meteoritos, dependendo do feito de cada guerreiro. E talvez, nada mais, nada menos do que, poeira cósmica. Ou stardust. Pois bem, mesmo a vida mais subjetiva pode tornar-se mais objetiva e concreta. O nosso mundo é material. Lembro-me quando era mais jovem, que treinava com resoluta absorção atingir estados de conexão da consciência com estados maiores do que o meu. Tentava sentir deus em tudo. A partir dos meus sentimentos, dos meus sentidos, da minha abertura de chacras, da minha total entrega à natureza. Hoje em dia, não vejo mais tanta objetividade nisso. Acho mais interessante pisar os dois pés no chão e realizar algum feito no asfalto, nas construções da metrópole, nos laços profissionais e nas relações afetivas.

26/01/2010

Da música

Humm.. primeiro de tudo tenho medo de escrever sobre música porque... bem, existe um respeito imenso da minha parte. Boa parte do pouco que sei aprendi com dois amigos em especial, mas posso dizer que hoje amo indie rock. Nem sei tanto, mas amo lonely china day, au revoir simone, feist, yeah yeah yeah, especialmente o último album, amo white stripes, the virgins, sigur ros, e muitas outras. Uma amiga me apresentou Franz Ferdinand e tenho um carinho especial pela banda neozelandesa the brunettes.

Dos objetos

Acredito que dentro de todo objeto existe uma vida. E acredito que dentro de todas as coisas existe uma alma. Nunca me esqueço de uma imagem, nao sei se inventada pela minha memória ou verdadeira na história, mas ficou em mim que no castelo da Fera, de A Bela e a Fera, tudo se movia e tinha vida. Os garfos falavam, a mesa se montava, a comida se fazia. Bem, tudo isso pra mim faz o maior sentido do mundo. Primeiro, porque parecia que era assim na casa em que cresci. Segundo, porque acredito nessa vida dos objetos. As vezes, por pensar que perdemos alguma coisa, nos desesperamos e fazemos qualquer negócio. Hoje mesmo, achei que havia perdido meu ipod, e desesperada que estava, ofereci ao São Longuinho, 120 pulos, caso eu encontrasse meu radinho. Acho que o amor se cria mesmo pelas coisas, e até entre elas. Já repararam como as vezes dois objetos gostam de ficar juntinhos?
É, como já dizia Hamlet, há mais mistérios entre o céu e a terra, do que sonha nossa vã filosofia.

25/01/2010

uma reflexao sobre o amor

Estava tudo escuro, estava tudo muito perdido, muito confuso, mas ouvi uma voz alta que me dizia, "vai, se nao tentar, nunca saberá". E eu fui. E foi lindo.. Mas depois, aconteceu alguma coisa estranha, desconexão, apagão no meio da claridade. E novamente estava perdida, desconhecida, estarrecida. Havia muita glória? Muita expectativa? Ou a vida desencontra mesmo. E aí a gente continua dando um passo pra trás com dois passos pra frente.

21/01/2010

E tudo se esvai no mesmo momento. Tento milhares de vezes a mesma coisa, o mesmo movimento, diferentes lugares, diferentes tempos. E caminho sozinha, no mesmo passo, no mesmo pasto, ao pé da montanha incrível. Quero subir, quero jogar-me lá de cima, na escuridão da noite, aos pés do mar. E então reverenciar à grandeza da vida, inteirar-me à divindade, nem que seja por um minuto apenas.

20/01/2010

Mudar exige a concentração e a habilidade de um maestro ou de um equilibrista, porém, requer, mais do que tudo, coragem. A de ser feliz, a de meter o nariz, e correr o risco de por os pés pelas mãos. Mudar requer o fazer tudo e depois se virar. Aí a gente vê...

19/01/2010

quando eu morrer, quero virar estrela, constelação ou lua.

17/01/2010

A linha é muito tênue... aquela entre tudo o que é oposto. Às vezes me preocupo com o quanto não sei o que na verdade vale a pena se preocupar... E a chuva chove... Estou pensando em ter cachorros.

16/01/2010

Sinto explodir dentro de mim uma nova estrela - uma nova. Uma nova etapa, um novo cenário. Jogo tudo fora, me esvazio mesmo. Sobra bem pouco, mas sobra consistente. E me mudo com as minhas estrelas - as novas, as velhas com cara de novas, as de boa qualidade. E os segredos, os tesouros, os mistérios e as chaves. E a caixinha com ouro em pó.  Faço essa minha malinha, minha mochilinha e vou. Dou o passo. Mudo. E monto minha casa. Meu novo emprego, meu novo namorado, meu novo passo. Não há como evitar o pensamento disso tudo... E agora vou num casamento. 

15/01/2010

E agora, uma boa nova... São tantas as esperanças, as desesperanças, os caminhos novos, os novos edifícios, os novos contatos, aqueles que perduram. Estou entrando no mundo que pedi. Um desses incríveis... Um desses de éons de existência na alma. Pedi uma nova chance, mas também percebo que não adianta só a nova chance chegar, tem que saber agarrá-la. Saber conquistá-la. Deixá-la perceber que eu posso ficar com ela. Não tenho medo da desilusão, dela já tive tantas... Mas tenho perseverança, e até que tudo se conclua, não vou teme-la. Vou descascando até chegar ao miolo. É preciso colocar realidade nos sonhos, senão eles não se materializam. Espero que a porta esteja aberta porque eu vou entrar.

13/01/2010

Existe um algo doce na saudade, uma perturbação ostentável até, algo magnânimo. Um pirulito, daqueles redondos, brancos e vermelhos. Quase um peru. E algodão doce com corante cor-de-rosa. Típico.
Fico afundada no travesseiro enquanto escrevo e traduzo do mundo de dentro para o mundo de fora. Sempre escapa alguma coisa, talvez escape mais o dom de amarrar, de costurar, de arrematar cada ponto do bordado traduzido, o lírico. É falta de prática, dizem todas as nonas. Ainda é muito menina. Talvez sim, tenho logo que aprender a traduzir, para enfeitar o mundo um pouquinho com algodão-doce branco e pirulitos quadrados.

12/01/2010

Tudo azul. Hoje o dia amanheceu nublado, eu tive três pesadelos à noite, mal dormi. Tudo esvaziado, já é a segunda noite. E parece que venho trazendo a continuação desse esvaziamento do outro ano. Escorrendo... e desinflando, toda a sucata. Todo líquido morno, toda a gosma. Eu limpo tudo, faço faxina, passo pano, e não acaba. Não acaba, não acaba. Continuo no ritmo do emagrecimento interno, e passo a me preocupar com minha saúde. Estou próxima dos 30 anos... Estou mudando meus trejeitos. Já não me interessa mais o moços mais jovens, nem mesmo os da minha idade, interessa sim, aqueles mais afiados, os mais controversos, os que tem uma barriga saliente, os que dormem com maior prazer. E que não se aborrecem com meus ideais, mas sim, com os seus. Começo a vislumbrar um mundo muito mais sozinho, muito mais bonito e mais difícil porque agora na minha casa vai ter guarda na porta, um guarda generoso, mas a casa vai ser mais sagrada, mais cuidada, mais amada. Cuido do meu jardim, com as portas abertas para as flores.

10/01/2010

O mito de Sísifo.
Sísifo era um homem de Corinto, o rei de Corinto. Era esperto e astuto. Enganou aos deuses, traiu Zeus, e fugiu da propria morte. Mas foi condenado a subir uma pedra enorme só para ve-la rolar morro abaixo, repetidamente, para sempre.

07/01/2010

Ontem fui na FunHouse, na FunHell. Foi demais. Parecia que eu usava o meu corpo para escrever tudo. Parece que perdi o medo. Parece que todas as paredes caíram. Agora precisa entender porque as vezes as paredes se levantam. E porque as vezes as paredes se levantam para a vida. 

06/01/2010

O mundo brilha no instante em que abro os olhos: onde estou? Numa selva com pedras azuis, pedregulhos brancos e flores cor-de-rosa.
Tem uma caverna de ogros por perto. E uma macieira em frente. Acho que dentro das cavernas existe água, e pedras que brilham verde fluorescente. Mas há lobos com olhos de âmbar, e jacarés esfomeados por pedras. E existe um velho, que mora lá e espera que um coração de diamantes chegue para ele conversar.
Sao extratos de Laputa, animação do diretor de Viagem de Chihiro.

05/01/2010

Descanso. Respiro. Tento outra vez. Uma segunda vez. Uma milésima vez. Estava lendo o livro do Camus, muito bonito, O Mito de Sísifo. Como não providenciar o suicídio. A lógica do Absurdo. Achei parecido com Sartre. 

04/01/2010

E deixo passar por mim tudo o que vivi: e deixo ficar no passado o que é do passado. Sentia que me esvaziava. Sentia que escorria de mim muita lama, muita água passada, usada. Mas ela escorria, descia, descia, descia. Até que sobrou pó e água seca. Aí vieram lágrimas e veio chuva. E eu fiquei branca, igual criança. Aí veio vento que grudou em mim poeira, mas era poeira nova. E eu não me importei. 
Mundos incríveis são aqueles que mentem a propósito de si mesmos porque são in-críveis.
Se soubessemos ler todas as palavras com significado, entenderíamos mais os mundos incríveis. Penso que a poesia é nada mais nada menos que um enigma. E entender poesia é desvendar enigmas. Um significado fundido ao outro, fusionado, amalgamado.
No entanto, sem desvendar enigma, ainda existe a sonoridade, que também amalgama, que também fusiona, que também funde, o significado para a percepção intuitiva. Pelo menos é possível definir se um texto é pedregoso ou se é fluido. Dá para saber aonde mais ou menos se encontra o fluxo. Cada dia é um dia. E o rio não é mais o mesmo rio, e nem nós somos o mesmo ser, porque o tempo transforma tudo, e a linha da vida cruza a linha do tempo. 
Começa de novo a cachoeira com seus rebentos, o ziguezaguear das marés de água fria, o suspirar das correntes, os respingos de calor das pedras e o movimento completo da vida.

03/01/2010

hoje acordei feliz, como um barco à deriva do vento calmo, a proa virada ao leste, um pedaço de ilha boa, um paraíso de descanso. incrível como às vezes tudo é passageiro... o vento em popa e a vida que deriva de um metro após o outro.
Logo a jornada muda o rumo... traz novas ilhas, como Abarat.

02/01/2010

Acho mais cômodo escrever sobre esses pensamentos do que publicar algo concreto. É provável que o coração pare ou que de alguma forma tudo se esvaia, mas preciso desse vento morno que afaga todas as feridas. As vezes penso na égua negra toda vestida de couro.
Sinto uma fome de existência do tamanho de um animal selvagem demais, astuto de menos, algo como dois gêmeos recebendo instrução de um único professor. Professo as minhas palavras. Lavro-as. E me esqueço que no canto de tudo há algo a menos para ser dito: o silêncio mortal das palavras não-ditas. Existe veneno no vento às vezes.

01/01/2010

E continuo caída, rodada na rua, no meio da chuva, aí de repente, como que por brincadeira, encontro um sonho, o sonho de desculpa do mundo: por que estou num blog? E por que daria o endereço do meu blog pra quem quer que seja?
Porque existo, porque sou também sincera e carente de atenção, necessito existir-me. Aqui também, fora dos meus intermináveis cadernos. Talvez aqui o esconderijo seja menos poerento do que os armários. 
Dia 01 de janeiro de 2010, o primeiro dia do ano. Um ano pelo qual estou levemente amedrontada e adormecida.  Um ano o qual desejo acordar e enfrentar, sem dúvida.
Tenho milhares de novas tarefas, milhares de novos deveres, um chão a frente.